Migração para o mercado livre reduz custos e reforça o compromisso com a sustentabilidade
O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Jaraguá do Sul deu um passo importante em sua gestão energética ao migrar para o mercado livre de energia, utilizando exclusivamente fontes renováveis. A iniciativa, que teve início em fevereiro de 2024, já trouxe resultados expressivos em economia, eficiência operacional e sustentabilidade ambiental, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e reforçando o compromisso da autarquia com as futuras gerações.
Segundo o diretor-presidente do Samae, Onésimo Sell, “a transição para a compra de energia elétrica no mercado livre começou a ser estudada pela equipe técnica da autarquia em maio de 2023. Os estudos demonstraram potencial para viabilizar a geração de energia elétrica para as maiores unidades consumidoras, que são as Estações de Tratamento de Água (ETAs) e as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), responsáveis por cerca de 70% do consumo total de energia elétrica do Samae”.
Após a conclusão dos estudos iniciou-se o processo licitatório e, em seguida, ocorreu a assinatura do contrato com a empresa vencedora do certame, a Bid Comercializadora de Energia Elétrica Ltda., que passou a fornecer a energia a partir de fevereiro de 2024, com contrato válido até dezembro de 2028.
Sell destaca que “desde a migração para o mercado livre, o Samae já economizou R$ 2.881.561,42 até maio de 2025, sendo R$ 2.678.226,00 somente nos últimos 12 meses. O consumo médio de energia incentivada neste modelo é de 1,16 MW, o que permitiu significativa redução de custos, além de diminuir a exposição às bandeiras tarifárias, trazendo maior previsibilidade e controle financeiro. A economia alcançada superou nossas projeções iniciais. Nosso objetivo era reduzir os custos e já conseguimos mais que o dobro da expectativa, o que demonstra a eficiência do modelo e o comprometimento da equipe técnica. Essa redução financeira possibilita que mais recursos sejam investidos na melhoria dos serviços de água e esgoto, beneficiando diretamente a população”, acrescenta.
Além da economia, ao priorizar o uso de energia proveniente de fontes renováveis, a autarquia conseguiu, somente em 2024, reduzir em 353,996 toneladas as emissões de CO₂, uma significativa diminuição dos gases de efeito estufa. Essa conquista foi reconhecida por meio do Certificado de Energia Renovável (Selo Verde), que o Samae recebeu pela empresa Eletric em abril deste ano, que reconhece o uso de energia limpa e sustentável.
De acordo com o diretor técnico da autarquia, Tuhã Schmitt do Evangelho, “optar por uma matriz energética limpa não é apenas uma decisão econômica, mas um compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações. Essa certificação confirmou que estamos no caminho certo, investindo em inovação, eficiência e cuidado ambiental. Além disso, o projeto está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial: ODS 7 – Energia Limpa e Acessível; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis; ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima”.
Próximos passos e compromisso com o futuro
Tuhã ressalta ainda que “o Samae seguirá utilizando energia do mercado livre até o final do contrato, em dezembro de 2028, com perspectiva de renovação e ampliação da prática sustentável. A autarquia também está dando novos passos para ampliar ainda mais sua eficiência energética. Estão em andamento estudos para atender os 30% restantes do consumo de energia, referentes às unidades de baixa tensão, por meio de geração distribuída”.
Um novo edital está em fase de elaboração, e a estimativa é que, com a inclusão dessas unidades, seja possível alcançar uma economia adicional de aproximadamente R$ 500 mil por ano. Essa segunda etapa do projeto consolida a visão de longo prazo da autarquia, que busca ampliar os benefícios já alcançados e estender a política energética sustentável a todo o sistema.
Benefícios do mercado livre de energia
No ambiente de contratação livre, o Samae tem a liberdade de escolher a fonte de energia, negociar preços, prazos de entrega, volumes adquiridos e formas de pagamento. Isso oferece maior flexibilidade, segurança, e transparência no consumo energético. O modelo adotado elimina a vulnerabilidade a aumentos anuais da conta de energia e às variações das bandeiras tarifárias, promovendo maior estabilidade financeira para a autarquia.


